Miss MG elege 3ª mulher negra em 68 anos; mãe solo e trans disputaram final
Escrito por Admin em 01/05/2023
A modelo e estudante de Jornalismo Isadora Souza, de 21 anos, representante de Ouro Preto, fez história na noite de ontem em Juiz de Fora (MG) ao ser a terceira mulher negra a vencer o Miss Minas Gerais e a entrar para a disputa do Miss Universo Brasil em 68 anos, conforme apurou Splash. As candidatas Maria Eduarda Lima (Itabira) e Laura Andrade (Juiz de Fora) ficaram respectivamente em 2º e 3º lugar, fechando o Top 3 de finalistas
Também conhecida como Isalu, Isadora recebeu das mãos da xará Isadora Murta, Miss MG 2021 e 2022, a coroa “Chica da Silva” (1732-1796), importante figura do Brasil no período que era colônia de Portugal. O concurso Miss Minas Gerais existe desde 1955. Esta é apenas a terceira vez que uma mulher negra é eleita no certame em 68 anos. A informação foi confirmada para Splash pelo coordenador do Miss MG, Diley Almeida, e por Aretha Procópio, coordenadora do Miss Universo Brasil e presidente do júri que elegeu Isalu. Antes da representante de Ouro Preto, Alessandra Nascimento ganhou o Miss Minas Gerais 1999 ficando em 3º lugar e escolhida Miss Brasil para o Miss Internacional 1999 e em 2014 com a modelo Karen Porfiro, que também ganharia o Miss São Paulo em 2017.
“Gratidão. Eu queria agradecer a cada pessoa que acreditou em mim quando eu mesma não acreditei. A toda minha família, a vocês e a mim mesma que não desisti, passei por percalços durante o concurso […] e que, mesmo com inseguranças, me sinto hoje uma miss, disse Isalu Souza, ainda emocionada e falando pausadamente após vitória”.
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Além de graduanda de Jornalismo na UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto), a jovem também é modelo fotográfica há 4 anos. “Essa profissão é parte importante na trajetória de construção de autoestima. A modelagem pra mim surgiu como ato de amor próprio, uma forma de demonstrar para meninas como eu que a beleza está em todas nós”, disse Isalu no seu vídeo de apresentação
Outras candidatas Uma das favoritas da noite, a modelo Gabriela Botelho, Miss Belo Horizonte, não conseguiu avançar do Top 10. O concurso já estava fazendo história antes de eleger Isalu: pela primeira vez uma mulher trans e uma mãe disputaram o Miss Minas Gerais seguindo novas regras do Miss Universo e do Miss Universo Brasil.
A modelo internacional e Miss Divinópolis 2023 Ariella Moura era outra grande favorita e também parou no Top 10 ao lado da representante de BH.
Caso a mineira vencesse o concurso, ela seria a primeira mulher transgênero a chegar na etapa nacional do Miss Universo Brasil. Já com experiência de concurso para mulheres trans, ela só se inscreveu em MG porque o Miss Universo atualizou regulamento para receber mulheres cis e trans em 2012 — mas desde então só em 2018 houve uma transgênero na disputa com a Miss Espanha Angela Ponce. Durante vídeo de apresentação no concurso, ela falou da importância da inclusão nos mais diversos espaços: “Acredito na necessidade de sermos mais inclusivos, é sobre abrir portas que nunca foram abertas e sobre estar em lugares que nunca foram ocupados”.
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Caio Santana
Colaboração para Splash, em São Paulo.