Africa – Estação TV Raman https://site.tvraman.com.br Emissora de Radio e TV Fri, 30 Dec 2022 19:20:29 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.6.2 https://site.tvraman.com.br/wp-content/uploads/2023/12/cropped-novalogo-32x32.png Africa – Estação TV Raman https://site.tvraman.com.br 32 32 Mas será o Benedito? Quem foi Benedito Meia-Légua, terror dos escravagistas anos antes da abolição https://site.tvraman.com.br/2022/12/30/mas-sera-o-benedito-quem-foi-benedito-meia-legua-terror-dos-escravagistas-anos-antes-da-abolicao/ https://site.tvraman.com.br/2022/12/30/mas-sera-o-benedito-quem-foi-benedito-meia-legua-terror-dos-escravagistas-anos-antes-da-abolicao/#respond Fri, 30 Dec 2022 19:20:29 +0000 https://site.tvraman.com.br/?p=10950 Usada para expressar o sentimento de uma situação desagradável, a expressão “Mas será o Benedito?” costumava ter seu surgimento explicada pela expectativa sobre a nomeação de Benedito Valadares como interventor de Minas Gerais pelo então presidente Getúlio Vargas, em 1933. Historiadores, no entanto, comprovam que a frase já era usada anos antes, vista em jornais e mesmo em músicas em 1930 e 1931 e mesmo antes: atualmente, novas pesquisas sugerem que a origem da expressão, ainda hoje popular em muitas partes do Brasil, remonta a um importante líder negro, que lutou contra os escravocratas no século XIX e tornou-se lenda por sua força e coragem: Benedito Meia-Légua.

Benedito Meia-Légua foi um dos grandes líderes na resistência negra no Brasil escravocrata

Seu nome de batismo era Benedito Caravelas, nascido como escravizado no município de Villa Nova do Rio de Sam Matheus, hoje simplesmente São Matheus, no Espírito Santo, em 1805. Suas constantes viagens pelo nordeste, no entanto, lhe conferiram o apelido que se tornaria sinônimo de terror entre os fazendeiros escravagistas por toda a região: Benedito Meia-Légua era de tal forma temido, e sua força e resistência eram tamanhas, que a mitologia ao seu redor questionava se ele, depois de tantas rebeliões, prisões, fugas e ressurgimentos na luta pela libertação da população escravizada, principalmente ao norte do seu estado, não seria imortal.

A explicação, reza a lenda, estaria na proteção que São Benedito conferia especialmente ao líder, que invadia senzalas, saqueava fazendas e libertava a população negra aprisionada utilizando verdadeiras estratégias de guerra – como dividir os revoltosos em pequenos grupos para evitar grandes capturas e permitir ataques simultâneos em diferentes pontos ou mesmo fazendas, bem como vestir cada líder exatamente como ele. Não era por acaso, portanto, que a cada notícia de que havia sobrevivido e fugido, quando surgia uma nova rebelião, vinha também a pergunta: “Mas será o Benedito?”.

A igreja de São Benedito, em São Mateus, no início do século

Uma de suas mais lendárias fugas se deu após ser carregado para São Mateus amarrado pelo pescoço e arrastado por um capitão-do-mato montado a cavalo. Em seguida, um grupo de negros aprisionados foi obrigado a surrá-lo, e Benedito foi dado como morto. Seu corpo foi guardado dentro da igreja de São Benedito, para ser sepultado: no dia seguinte, porém, só havia marcas de sangue e pegadas, mas nem sinal do líder. Benedito Meia-Légua só morreria velho e mancando de uma perna, por conta da traição de um caçador, que denunciou seu esconderijo, em um tronco oco de árvore, onde dormia. O grupo que o caçava, após vê-lo entrar, tapou o tronco e ateou fogo na árvore por dois dias e duas noites.

A mesma igreja de São Benedito, hoje

O quilombo liderado por Meia-Légua resistiu por aproximadamente quarenta anos, mas seu espírito permanece, bem como permanece a expressão, que, ao invés de evocar algo desagradável, como sugere sua aplicação mais comum, pode, na verdade, servir para celebrar as mais importantes lutas – e uma promessa de liberdade. As informações para a presente história vieram da Wikipédia e de post no perfil Thaciano Almuharib, Ativista do M.N.U., Pan Africanista e Dir. Políticas Públicas/ Sinthoress CUT, no Facebook.

Redator: Victor Paiva

]]>
https://site.tvraman.com.br/2022/12/30/mas-sera-o-benedito-quem-foi-benedito-meia-legua-terror-dos-escravagistas-anos-antes-da-abolicao/feed/ 0
Seleções africanas disputam Copa com técnicos locais pela primeira vez em 92 anos https://site.tvraman.com.br/2022/11/23/selecoes-africanas-disputam-copa/ https://site.tvraman.com.br/2022/11/23/selecoes-africanas-disputam-copa/#respond Wed, 23 Nov 2022 12:59:56 +0000 https://site.tvraman.com.br/?p=8909 Os cinco países africanos que disputam a Copa do Mundo de 2022, ao contrário dos anos anteriores, apostam em treinadores nacionais; em 2018, apenas o senegalês Aliou Cissé e o tunisiano Nabil Maâloul eram locais

Texto: Pedro Oliveira | Edição: Elias Santana Malê | Colagem: Vinícius de Araújo/Alma Preta

Foto reprodução/Copa do mundo 2022

Em meio às críticas provocadas pela falta de inclusão, violação aos Direitos Humanos e o recente caso de LGBTfobia com relação às braçadeiras “One Love” (um amor) proibidas pela Fifa, a Copa do Mundo de 2022, no Catar, marca uma fase histórica para os cinco países africanos que disputam a competição. Pela primeira vez no Mundial, todas as Seleções serão comandadas por técnicos do próprio continente. Na edição passada, em 2018, apenas Senegal e Tunísia eram comandadas por técnicos locais.

Aliou Cissé (Senegal), Jalel Kadri (Tunísia), Walid Regragui (Marrocos), Rigobert Song (Camarões) e Otto Addo (Gana) são os cinco treinadores que rompem o padrão vivido durante esses 92 anos de Copa do Mundo. Cabe lembrar que a primeira edição do mundial aconteceu em 1930, mas não contou com nenhum país da África na disputa. Isso só veio a acontecer quatro anos depois na Itália, em 1934, quando o Egito tentou o título.

As Seleções Africanas que disputavam a Copa do Mundo apostavam tradicionalmente em treinadores europeus. No entanto, o resultado das equipes não foi tão satisfatório ao longo desses anos: até o momento, nenhum time do continente conseguiu chegar às semifinais do mundial. Na última edição do torneio na Rússia, em 2018, por exemplo, o efeito foi ainda mais crítico porque nenhuma seleção conseguiu avançar na fase de grupos, a primeira etapa do campeonato.

Os talentos da casa agora são as grandes apostas das Seleções Africanas para brigar pelo título de Melhor do Mundo em 2022. Com exceção de Jalel Kadri, treinador da Tunísia, todos os outros técnicos são ex-jogadores. O país, aliás, teve sua estreia na Copa do Mundo do Catar nesta terça-feira (22), quando empatou em 0 a 0 com a Dinamarca.

Aliou Cissé (Senegal)

Aliou Cissé fez sua estreia na Copa do Mundo da Coreia do Sul e do Japão, em 2002, quando ainda era jogador da Seleção Senegalesa. O ex-atleta jogou duas edições da Copa Africana de Nações e desenvolveu sua carreira na França e na Inglaterra, passando por clubes como Paris Saint-Germain-FRA e Birmingham City-ING. O profissional deixou os gramados no ano de 2009, quando jogava pelo Nîmes-FRA.

Em 2013, estreou como técnico da equipe sub-23 do Senegal. Em 2015, Aliou Cissé assumiu a equipe principal do país, conquistando o título inédito do Campeonato Africano das Nações em 2021. Na Copa do Mundo do Catar, o treinador teve sua estreia nessa segunda-feira (21) contra a Holanda em um jogo em que terminou derrotado por 2 a 0. Nos próximos jogos, a Seleção Senegalesa enfrenta outros times do Grupo A: o anfitrião Catar e o Equador.

Jalel Kadri (Tunísia)

Jalel Kadri possui diversas passagens como treinador em alguns clubes locais da Tunísia, como AS Djerba, AS Kasserine, AS Gabès e US Monastir. Em 2013, ingressou na Seleção Tunisiana como assistente do técnico Nabil Maâloul até outubro daquele ano. Depois de uma longa temporada fora, voltou a ser pela segunda vez assistente técnico da Seleção, que na época era comandada por Mondher Kebaier, demitido após ser eliminado da Copa Africana no início deste ano.

De lá para cá, Jalel Kadri conseguiu a classificação da Tunísia para a Copa do Mundo do Catar e, antes de ser derrotado pelo Brasil em amistoso, em setembro, não tinha acumulado nenhuma derrota. Além da Dinamarca, a Seleção Tunisiana enfrentará ainda França e Austrália.

Walid Regragui (Marrocos)

Apesar de ter nascido na França, Walid Regragui foi lateral-direito da seleção marroquina. O técnico foi recém-contratado, em substituição ao bósnio Vahid Halilhodžić. Apesar de iniciante na carreira como treinador, ele já tem um bom destaque ao conquistar a Liga dos Campeões da CAF 2021, o mais importante torneio de futebol de clubes da África, no comando do Wydad Casablanca-MAR.

Walid Regragui estreia junto com a Seleção Marroquina nesta quarta-feira (23) contra a Croácia. Depois, o time enfrenta Bélgica e Canadá, que completam o Grupo F.

Rigobert Song (Camarões)

Adversário do Brasil no Grupo G da Copa do Mundo do Catar, Rigobert Song terá um grande desafio ao enfrentar também Sérvia e Suíça na fase de grupos da competição. Ele é ex-zagueiro de Camarões e chegou a defender o país nos Mundiais de 1994, 1998, 2002 e 2010.

Rigobert Song participou também de oito edições da Copa Africana de Nações, sendo campeão em 2000 e 2002, e de duas Copa das Confederações, em 2001 e 2003. Estreou como técnico em outubro de 2015, quando comandou durante um mês a Seleção Chadiana de Futebol. Na atual passagem pelo time de Camarões, ele só possui quatro jogos: duas empates e duas derrotas antes do início da Copa do Mundo.

Otto Addo (Gana)

Durante a estreia da Seleção Ganesa na Copa do Mundo em 2006, Otto Addo foi convocado ainda como jogador para atuar no meio-campo. Naquela edição, ele chegou a defender o país na competição em dois jogos. Iniciou a carreira como atleta em 1992, antes mesmo de completar 17 anos.

Antes de se aposentar, em 2008, devido à lesões, Otto Addo passou por diversos clubes da Alemanha, como Hannover 96, Borussia Dortmund, Mainz 05 e Hamburgo.

]]>
https://site.tvraman.com.br/2022/11/23/selecoes-africanas-disputam-copa/feed/ 0